quinta-feira, 7 de junho de 2012

Luiz Gonzaga: Biografia


"Meu nome é Luiz Gonzaga, não sei se sou fraco ou forte, só sei que graças a Deus até pra nascer tive sorte, apois nasci em Pernambuco, o famoso Leão do Norte.
Nas terras do novo Exu, da Fazenda Caiçara, em novecentos e doze, viu o mundo minha cara.
Dia de Santa Luzia, por isso é que sou Luiz, no mês que Cristo nasceu, por isso é que sou feliz."

Luiz Gonzaga do Nascimento era filho de Januário José Santos, lavrador e sanfoneiro, e de Ana Batista de Jesus, agricultora e dona de casa. Nasceu em 13 de dezembro de 1912, em Exu, Pernambuco. Desde criança se interessou pela sanfona e pelos oito baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas, feiras e forrós. Saiu de casa em 1930 para servir ao exercito como voluntário, mas já era conhecido como sanfoneiro. Viajou pelo Brasil como corneteiro e de vez em quando se apresentava em festas, tocando sanfona. Em 1939 foi morar no Rio de Janeiro. Passou a tocar nos mangues, nos cais, em lares, nos calarís da lapa e nas ruas. Começou a participar de programas de Ary Barbosa, na Radio Nacional, cantou uma musica sua, “Vira e mexe”, e ficou em primeiro lugar. A partir de então, começou a participar de vários programas, inclusive gravando discos como sanfoneiro para outros artistas, até ser convidado para gravar como solista em 1941. Trabalhou na Radio Clube Brasil e na Radio Tamoio, e prosseguia gravando seus mais de cinquenta solos de sanfona. Em 1943 começou a parceria com Miguel Lima, nessa época, recebeu de Paulo Gracindo o apelido de “Lua”. Sua parceria com Miguel Lima decolou e várias musicas fizeram sucessos: “Dona mariquinha”, “Cortando pano”, “Peneirou xerém” e “Dezessete e setecentos”, agora gravados pelo sanfoneiro e também cantor Luiz Gonzaga. No mesmo ano, tornou-se parceiro do cearense Umberto Teixeira, com quem sedimentou o ritmo do baião, com musicas que tematizavam a cultura nordestina. Seus sucessos eram quase anuais.

Em 1945 assumiu a paternidade de Gonzaguinha, seu filho com a cantora Odaléia e em 1948, casou-se com Helena das Neves. Dois anos depois firmou parceria com Zé Dantas, pois Teixeira afastou-se da musica. Em 1950, fizeram sucessos como “Cintura fina” e “A volta da asa branca”. Nessa década, a musica nordestina viveu seu auge e Luiz Gonzaga virou o Rei do Baião. Zé Dantas morreu em 1962 e o rei fez parcerias com Hervê Cordovil, João Silva e outros. Suas musicas começaram a ser gravadas por jovens cantores como Geraldo Vandré, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso; gravou com Raimundo Fagner, Domiguinhos, Elba Ramalho, Milton Nascimento, etc. Em 1984, recebeu o primeiro disco de ouro por “Danado de bom”. Por esta época apresentou-se duas vezes na Europa e começaram a surgir livros sobre o homem simples que gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções.
Luiz Gonzaga sofria de osteoporose à alguns anos. Morreu vitima de parada cardiorrespiratória em Recife. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e sepultado em seu município natal, Exu.
Cyro Dantas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário