quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Morte do Vaqueiro


A música “A Morte do Vaqueiro”, de Luiz Gonzaga, é uma homenagem que o rei do baião fez ao seu primo, o vaqueiro Raimundo Jacó, que foi assassinado por outro empregado da fazenda onde trabalhava. Conta-se que seu corpo foi encontrado em meio a caatinga, onde seu cachorro ainda latia ao seu lado, como dizem os versos:
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor

Até hoje, celebra-se uma missa em homenagem a Raimundo Jacó no município de Serrita – Pernambuco, chamada Missa do Vaqueiro, celebrada no mês de Julho.

Estátua de Raimundo Jacó.

A letra ainda pode ser interpretada como a insignificância da morte de um homem do sertão, que também durante a vida foi insignificante (“O seu nome é esquecido / Nas quebradas do sertão”), ou como um vaqueiro que deixou sua terra para buscar uma vida melhor em outro lugar, abandonando sua casa, terras e criação, sendo visto como morto para quem não tem notícias dele:
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar”.



Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão 

Nunca mais ouvirão 
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
E... Ei...
 Nuhara Oliveira e Anny Isabelly.

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